quase sempre interpretando a mesma apatia azeda, talvez eu só tenha me entregado ao cansaço. minha "pureza" engolida pela rotina, e minha intensidade pungente escondida, quieta, no cantinho das emoções que eu entrego pras pessoas.
e então a raiva o desconforto a discordância minha bagunça o carinho a dor e a tristeza as mágoas meus espinhos e os sorrisos tudo reprimido e enfiado no peito, desacostumados com tão pouco espaço dentro de mim porque eles são feitos pra sair mas eu só cansei de contar o que eles são pro mundo porque talvez ninguém ouviu. ninguém ouviu e agora eu não consigo mais falar. porque eu fui demais e as pessoas não gostaram.
vê: tanta pancada que eu só virei um mar reduzido num aquário, reservado à observar meus excessos e ocultando-os como punição.
hoje é primavera e eu sequer floresci o que sabe deus agora eu tenho dentro de mim.
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