"take it with the love is given, take it with a pinch of salt."

(escrito ao som de A Wolf at the Door, Radiohead.)


e depois de não só ter te aberto as pernas mas ter aberto coração e vida e alma e emoção, depois de tua beleza mesmerizante ter me paralisado sem palavras, sem armas, sem roupa, tua, despudorada, de qualquer jeito eu agora sei de tua desconfiança: eu que te sei mais que ninguém talvez seja motivo agora da tua insegurança e não me vem falar de quem errou – o problema é que minha vida sempre foi torta, suja, bagunçada demais pra esse teu topete e integridade, então não vem me repreender por me sentir criança mal-educada e rebelde.

como faz pra se amar de corpo inteiro quando se sofreu em demasia ?

é disso que eu quero falar, era nisso que eu queria chegar: o problema é que você não foi o primeiro a violentar meu peito, meu olhar não é assim escuro à toa.

mas eu, de qualquer jeito, já comecei a dar forma boa e bonita a tudo o que eu sou: porque você entrou nisso tudo.
então não tem muito do que reclamar. eu demorei pra me resolver e demorei pra aceitar, mas agora eu ando varrendo o chão, tirando o pó, limpando os vidros do coração. só deixando tudo limpo e arejado pra que você fique.
pra que só você fique.