quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

"in the suburbs, I..."

a curva da cintura arrepiou-se enquanto eu lambia tua existência –

pra falar da tua epiderme se esfregando na minha, das tuas mãos descobrindo minhas linhas: eu contei teus poros e calculei tuas armadilhas –

é um abismo pra cada esquina, tirei a roupa e fechei a cortina: quanto mais amor mais peçonhenta, quanto mais carinho mais obscena –

e o batom vermelho e as unhas compridas e o perfume que intencionalmente te instiga: eu agora inevitavelmente visto aquela máscara que te excita, vou me movimentar conforme teu olhar grita –
afinal, tudo termina onde começa. ou vice-e-versa, não importa.

ontem era só novembro: a única diferença é que o céu estava limpo; o café é o mesmo, as mãos que tremem são as mesmas, a humanidade é a mesma, o poço sem fundo encara e engole os mesmos descaminhos esverdeados.

então, não há muito o que se dizer.
muito menos o que se fazer.



e ela me odeia – por que ela me odeia ?
porque eu sou esperto demais.
– Jack Kerouac.

4 comentários:

Marcelo R. Rezende disse...

Eu sempre imagino as tuas cenas numa Paris suja, os pés entrelaçados um café na xícara e um amor gostoso. Como eu te amo pelo que você escreve.

Mariana Cotrim disse...

vou me aproveitar da última frase do Marcelo e dizer que concordo. TÃO VERÔNICA <3

Evelyne disse...

Que liindo. Totalmente imperfeito. Lindo.

Bird disse...

Bonito ^~^