pra falar da tua epiderme se esfregando na minha, das tuas mãos descobrindo minhas linhas: eu contei teus poros e calculei tuas armadilhas –
é um abismo pra cada esquina, tirei a roupa e fechei a cortina: quanto mais amor mais peçonhenta, quanto mais carinho mais obscena –
e o batom vermelho e as unhas compridas e o perfume que intencionalmente te instiga: eu agora inevitavelmente visto aquela máscara que te excita, vou me movimentar conforme teu olhar grita –
afinal, tudo termina onde começa. ou vice-e-versa, não importa.
ontem era só novembro: a única diferença é que o céu estava limpo; o café é o mesmo, as mãos que tremem são as mesmas, a humanidade é a mesma, o poço sem fundo encara e engole os mesmos descaminhos esverdeados.
então, não há muito o que se dizer.
muito menos o que se fazer.
“e ela me odeia – por que ela me odeia ?
porque eu sou esperto demais.”
– Jack Kerouac.
4 comentários:
Eu sempre imagino as tuas cenas numa Paris suja, os pés entrelaçados um café na xícara e um amor gostoso. Como eu te amo pelo que você escreve.
vou me aproveitar da última frase do Marcelo e dizer que concordo. TÃO VERÔNICA <3
Que liindo. Totalmente imperfeito. Lindo.
Bonito ^~^
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