sexta-feira, 26 de agosto de 2011

L

era comer tua presença, era lamber tua arrogância.
era acariciar tuas linhas, ouvir a destruição silenciosa que teu sorriso me causava.
era teu cheiro de pele quente e viva, era o mundo parando só pra você falar do nariz do Pinocchio.
eram as tuas mãos de vilão das unhas azuis agarrando os cabelos da minha nuca e teus olhos fotografando minha alma derretendo louca.

e as minhas mãos tremeram da overdose de café, de frio, de você, canalha e lindo, me cansando pelas ruas do centro da cidade enquanto o céu cinza cuidava de nós dois, enquanto qualquer carro buzinava pro nosso beijo depois.
era a gola do teu casaco me protegendo do teu romance inglês que me desarma, eram as minhas mãos derretendo quando eu te tinha assim, tão perto, tão certo, tão meu, a armadilha que eu mais conhecia e que mesmo assim me engolia, meio hipnotizada e encantada, toda essa nossa sintonia e a minha teimosia e a sua covardia de me ter tanto em tão pouco tempo.

eram os meus lábios inevitavelmente tremendo de frio e que, de qualquer jeito, só não congelaram porque você estava lá.
é.
porque você estava lá.




meus pés morrerão ao encostar nos seus. 
e esse chão há de ser só teu e meu.

3 comentários:

Marcelo R. Rezende disse...

Algumas companhias, por mais deturpantes, são muito necessárias.

Eu tenho saudades de vir aqui.

Fil. disse...

não pára!

Mariana Cotrim disse...

era voce matando a gente de inveja e admiração.