segunda-feira, 8 de agosto de 2011

e um bocejo.

é tanta placa na beira da estrada, tanta saudade servindo pra nada, meus olhos pretos e a minha dor apertada, ontem e hoje voltando da praça, voltando de lá cheirando àquele corpo quente, meus poros gritam por você quando ele aperta meus pulsos sem saber o que fazer, eu não sei mais se durmo, se confundo, se misturo ou se simplesmente morro de tédio, tanta palavra gasta e esse cheiro de incenso vindo da sala, minha estante cheia de pó e essa paixão que me dá dó, e eu quis ir atrás de você, assim meio louca e com o rímel de ontem, as garras vermelhas e as pupilas dilatadas por um carinho que não é teu, sábado passado Sartre perguntou pelo meu existencialismo atemporal, profissional, trans-cen-den-tal, meu amor por você ainda é torto, não está morto, te deseja bobo e qualquer piano de qualquer mpb pra qualquer fossa minha, garrafa vazia atrás do sofá e o dezembro do suco de maracujá, bêbada de melancolia e inconformada, sabendo que vai custar caro essa vadiagem planejada, imaginando qualquer sacanagem na madrugada, e de qualquer jeito que não vem ao caso agora, tudo um aglomerado já indo embora, só pra dizer que assim esse meu silêncio sempre foi você.

5 comentários:

Iasmin Morais disse...

O que a ausência de uma pessoa é capaz de fazer .. os pensamentos, os momentos loucos e a vontade que não cessa dentro de nós de querer estar perto..

" eu não sei mais se durmo, se confundo, se misturo ou se simplesmente morro de tédio.."

Muito bom o seu texto :)

Mariana Cotrim disse...

"Sartre perguntou pelo meu existencialismo atemporal, profissional, trans-cen-den-tal, meu amor por você ainda é torto, não está morto," vai tomar no cu, ta perfeito.

Fil. disse...

Ai que entrega! Eu logo ouvi nos espaços negros entre as palavras a canção "When the Storms Subsides" e vislumbrei você como fugindo ao encontro (!) do amor.

<3

Sempre a Verônica.

Marcelo R. Rezende disse...

Meu silêncio tá mudando dele para o nada. E eu não sei se isso é bom ou se devo me preocupar e ir procurar, de vez, por ajuda médica. Mas você sabe, há todo um glamour nessa dor que a gente até é viciado, não acha?

Beijo em você.

Cristiana Drumond disse...

''é tanta placa na beira da estrada, tanta saudade servindo pra nada, meus olhos pretos e a minha dor apertada ''
nossa que lindo vc escreve muuuito bem , seguindo aqui bjo :*