sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

le moulin.

minha canção de ninar tem sido jogar perfume nas feridas, esperando que elas se tornem mais apreciáveis aos olhos alheios, aos teus olhos.


alice, foi difícil pra ti ? afinal, tens te tranformado em meu espelho, depois de tantos romances e parques aos sábados.

espera-me em times square, estás bem ?
espera-me para o chá, pois ?
espera-me sem máscaras, sim ?


tudo perde o foco por aqui e o estoque de cafés com cheiro de sussurros ao pé d'ouvido acabou; estes homens com carinhas de estudados tem feito nossos mundos se desconcertarem, mas juntemos nossos impulsos e brindemos à chegada da chuva, enfim. e enquanto o orgulho briga com a nova fraqueza, meu hálito preenche os vidros do descuido e meus olhos piscam, irritados, pela falta de sinceridades que me sufocam; alusões à parte, a velha música volta tocar e ganho novas verdades, enfim. 
a lavoura secou, a terra se desfertilizou, teus cuidados se foram e meus lamentos ecoam sozinhos em tardes chuvosas de dias sujos e mal-falados. 

alice, tens remédio para insônias amorosas ?
alice, tens piedade por corpos cansados ?
alice, tens colírio que mate desconfiança ?


tua guitarra toca canções para outras paciências e minhas blasfêmias permanecem sem atenção neste quarto infantil e bagunçado;
empatia foi o que te faltou, afinal.


e a discrição ? saiu pra comprar pão e não retornou, conforme-se com este cuspe na cara e com a provocação do batom vermelho, meu caro.

4 comentários:

Fernanda H.A. disse...

Alice não escreva aquela carta de amor.

. disse...

''a lavoura secou, a terra se desfertilizou, teus cuidados se foram e meus lamentos ecoam sozinhos em tardes chuvosas de dias sujos e mal-falados. ''

E dentro está tão seco, árido, tudo perdido nesse deserto de meias palavras. Quando os cuidados se vão, a ausência de tal, abre um abismo de fragilidades, eu me encontro em cada letra sua.
As tardes chuvosas, são comoum afago e um delírio, as xícaras de café acompanham o passar dos minutos.
Que fazer quando se sentir tão desprotegida.
Alice, tens minhas respostas?

Querida Verônica, não me deixes assim tão frágil, tuas palavras derrubam meu orgulho que diz ser forte. Me desarmas e eu fico como?
eu adoro esse lugar!

Beijinhos

Mariana Cotrim disse...

"jogar perfume nas feridas,", isso simplesmente ME MATOU.
mais uma vez, maravilhoso, aliás, admiro muito essa sua 'disposição' de postar sempre e saciar a sede dos seus leitores, hahahahah.
confesso que estou me espelhando em voce pra melhorar meu blog *-*
obrigada pelo comentario, te espero lá de novo. :*

Marcelo R. Rezende disse...

Se Alice tiver colírio para olhos desconfiados, por favor, me avisa.
Sou dessa desconfiança toda.

Beijo.