sábado, 14 de agosto de 2010

hey hey girl, we're the wild type! ♪

e enquanto eu furava o tecido  com aquela tesoura meio cega, eu também estava exorcizando aquela coisa incômoda que havia grudado em mim, que atormentava meus pensamentos e afundava o meu ânimo.
perdeu!, a camiseta já é total e exclusivamente minha. a camiseta é minha, o filme é meu, as músicas são minhas, os planos são meus, os pensamentos são meus, a vida já é minha, nada do que acontecer agora vai mudar isso, eu já me adequei a uma vida sem amores platônicos e sonhos impossíveis; e me adequei definitivamente bem, que fique registrado. um alívio incomum me domina e nada de ruim vai poder reduzir o bem que esta sexta-feira 13 me trouxe.

e quando diziam que a simplicidade é que trazia felicidade, eu ria; só precisei de uma dedicatória de batom rosa no espelho, um sonho de chocolate, vestir aquela camiseta agora cortada, uma foto, um ônibus lotado, um vento nos cabelos, meia dúzia de valsas desajeitadas, uma eminência de aula na segunda-feira, um colo de mãe, e pronto, v-o-l-t-e-i.
é, e voltei com tudo, meu amor.

e eu acho que não preciso mais daquela determinada atenção, muito obrigado. estou adorando a idéia de me refazer silenciosamente, por de trás da cortina, para só depois, eu dar o meu verdadeiro espetáculo, desta vez preparada e ensaiada, sem tombos ou surpresas; aquilo foi azar de principiante, era heavy metal demais para quem só sabia brincar de faz de conta, eu não sabia com o quê eu estava lidando. mas também foi uma experiência de auto-conhecimento inédita, eu vivi verônicas que eu nunca imaginei que existiam dentro de mim, agora eu sei que eu também posso ser obstinada e destemida; eu vi que não adianta ficar escondendo aquilo que nós sentimos, deve-se mesmo é dar a cara a tapa e correr atrás do que quer.
eu sofri, mas eu fui feliz.

e agora, no lado confortável da minha velha e boa bipolaridade, eu também estou feliz. a emoção foi embora, a obstinação foi embora, a ansiedade foi embora, e só restou uma menina calejada e um pouquinho mais esclarecida, mas feliz, acima de tudo. as cicatrizes e as lembranças são só uma parte da estrutura que eu sou.

o terremoto passou, veio a calmaria pós-desastre e a obra continua, mesmo que um pouquinho danificada, não tem problema, é mais história para contar, é mais uma aventura para se acrescentar. pois o primeiro amor a gente nunca esquece.

7 comentários:

intense life' disse...

apesar de tudo, a vida continua né.. esses homens qe se fodam, eu cresci dentro de tudo isso, foi bom, eu sofri mais eu amadureci e aprendi..

Luiza Fritzen disse...

Nunca esquecemos. é tão bom voltar, estar com a gente de novo. pegar tudo o que se passou, sejam dores ou sorrisos e aproveitar alguma coisa disso. beijos

Amanda Arrais disse...

"...aquilo foi azar de principiante, era heavy metal demais para quem só sabia brincar de faz de conta."

Adoro a força com que tu escreves e a coragem de cada ato. E compartilho muitos dos teus pensamentos. Acho que, no fim das contas, sou também incomparavelmente mais esclarecida (e forte), a gente aprende sempre.

=*

Evelyn disse...

E o engraçado é que eu presenciei boa parte (?) das coisas do primeiro parágrafo. HAIOEHIOEHEIOHEIHE ._.'
Enfim, lindo *-*

anaa ' disse...

que lindo. e é isso mesmo, siga em frente *-*

M. disse...

Cada vez que passamos pelos obstaculos levamos conosco um aprendizado. :)
Adorei o texto!

bjs flor

. disse...

''vivi verônicas que eu nunca imaginei que existiam dentro de mim, agora eu sei que eu também posso ser obstinada e destemida;''

Existem mil faces escondidas dentro de nós, há momentos que se mostram fantasticamente belas.
Calma, o inverno finda, e tudo será primavera!

Que bom que se identificou com o ultimo texto menina, esse teu, é bem meu lado de mutação de agora.

''eu sofri, mais fui feliz também''