quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

avenida Kalinin

minha concentração me escapa o tempo todo e eu vou me sentir uma impostora em qualquer lugar e não me sobrou nenhuma unha pra roer e nem uma esperança pra eu me apegar.

"mas eu só queria mesmo era o teu amor na barraca."

eu vou dedicar meus versos todos pro meu tesão e pra essas minhas paixonites porque eu não preciso me esforçar pra ser alguém melhor agora, porque eu posso me aceitar no meu próprio tempo.
a emancipação da mulher nunca vai ser plena e completa enquanto vivermos em uma sociedade de classes, patriarcal e monogâmica. e não é um texto panfletário, mas só sobre o quanto isso me faz sentido materialmente agora: eu me sinto mais livre, eu respiro melhor e me respeito. 
eu não sei mais se um relacionamento vai me bastar quanto me bastava há dois meses atrás. talvez o amor se trate mais sobre meu aprisionamento do que sobre afeto. e isso é valioso.

meus pés doem e minha bagunça continua caótica e no meu cabelo ainda tem uns restos da purpurina de sábado passado e nada disso me faz ser menos eu mesma.
eu vou permanecer calma e plena porque eu enxergo tudo o que eu preciso, e tudo que está claro e na minha frente eu sei que vou precisar buscar somente em mim mesma.

Um comentário:

Helena Rodrigues disse...

Somos todos feitos de qualidades e limitações e a auto aceitação já é um enorme passo, um grande começo. ;)

Beijos.
Blog: *** Caos ***