sexta-feira, 25 de abril de 2014

madrugada

garganta profunda só pra ver se o nó afunda ou sai depressa pela boca pra fazer escândalo, louca, porque é tudo tão chato, meu amor - não aguento mais esse tédio, poderia falar de liberdade e dos meus peitos caindo, mas é tudo tão óbvio, meu amor, que eu fico cansada -
mas sempre acordada, demais.

sempre fica um resto de lama nos pés, como quem avisa, "não esquece de onde veio": por mais que tenha atolado e chafurdado nesses brejos de coisa demais.

sei lá, meu amor. as pessoas sempre sabem o que fazem.
para meu desgosto.

Um comentário:

Brunno Lopez disse...

Os seus diálogos sempre inspiram. Espero que a maioria dos que te leem consigam ver além do que suas palavras oferece.
Eu poderia tentar imaginar a situação original de sua escrita, mas vejo que sua vontade é espalhar as interpretações por todos os lugares.