terça-feira, 6 de novembro de 2012

(des)conforto.

você quer escrever de sofrimento enquanto eu quero fugir desse buraco.
você provavelmente vai perguntar o que eu achei desse teu mausoléu inventado e eu vou procurar invariáveis eufemismos pra dizer que só doeu -

desculpa se eu não consigo aceitar essa tua mania de achar que desamor é circo.

volta e meia eu ouço Chico e quero reler Baudelaire - é meio descabido eu caber tão bem nesse cabide (des)confortável que é ser feliz.
eu não sei se ficou claro, eu ando meio cansada mesmo. sem paciência nem pra lenga-lenga enfeitada dos parágrafos. e não que eu escreva enfeitado.

só parece que às vezes eu meio que perdi quem eu sou. minhas linhas, meus contrastes, meus infernos, desafetos, bebedeiras, gritarias - agora tudo manso e diluído. tão ridículo: na minha cabeça, Nelson Rodrigues daria pulos, de tão adúltera. vagabunda. toda puta.

mas aliás quem veio primeiro, o ciúme ou o afeto ? minha cólera ou a tua babaquice ?

então vai lá. desande a escrever de desafeto feito uma criança repetitiva e mimada - que eu vou tomar um café enquanto tento me convencer que ainda tem volta.

eu ando cansada e confusa - talvez eu tenha fetiche por pés mesmo, me desculpa.

3 comentários:

Marcelo R. Rezende disse...

E é isso, você é gênia!

Versos que eu fiz e ainda espero respota disse...

Mandando sempre mto bem!!

Parabens

http://www.luismacedo.com/texto/textos.php?pagina=1

Johnny Leal disse...

Fez jus ao parênteses do título. Precisei usá-lo ao fiz da leitura leitura. Agradável.