segunda-feira, 3 de setembro de 2012

sushi.

eu vi minha pele derreter como se algum dia ela voltasse a me pertencer.
eu vi os olhos secarem e os pensamentos saírem e os poros urrarem enquanto tuas mãos me roubavam e me amassavam e me imploravam pra eu morrer explodir fugir deixar de ser que eu sou de tanto tanto tanto tanto tanto tanto tanto amor -
do teu corpo me roubando a alma, me roubando a fauna e a flora e o suor e o muro e a calma e as espadas: as coisas que eu sempre desando a falar mas que no fim sempre te dizem que eu fico nua quando cê me atravessa as entranhas só de olhar e rouba meu mistério quando só diz baixinho pra eu voltar a dormir. e eu só fecho os olhos e espero quieta você voltar pro quarto. mesmo que cretino. mesmo que arrogante. só quando eu visto os óculos escuros eu consigo te encarar sem me perder e eu vou falar de metafísica, Ginsberg e pop-art só pra eu me proteger de você e pensar que eu ainda sou minha e te lamber até o avesso pra merecer todo teu afeto, todo esse nosso excesso -
e eu vi as pernas tremerem como se algum dia eu fosse parar de amar você.

3 comentários:

Marcelo R. Rezende disse...

Essa tonteria que nos acomete.
Que lindo <3

Luiza Fritzen disse...

"e eu vi as pernas tremerem como se algum dia eu fosse parar de amar você." intenso e bem forte, fez falta passar por aqui.. beijos

Mariana Cotrim disse...

"só quando eu visto os óculos escuros eu consigo te encarar sem me perder e eu vou falar de metafísica, Ginsberg e pop-art só pra eu me proteger de você e pensar que eu ainda sou minha e te lamber até o avesso pra merecer todo teu afeto, todo esse nosso excesso - "
amei essa parte! <3