da árvore com galhos que separam as incontáveis folhas em pares, feito olhinhos ovais e verde, que encaram a tua janela e escondem o nosso amor.
não sei se ficou claro. vou tentar de novo -
era a tua janela e as folhas-olhos divertindo-se pretensiosamente com o nosso amor-intimidade.
não vai ficar claro, dessa vez tomei café com creme, eu já estou perdida, de qualquer jeito -
me entende: tanto abismo enfiado no meu peito apaixonado -
e a rima é pobre e os motivos são encardidos e os pesos incontáveis, mas a saudade é que no fim me dói, e que eu enfeito só pra deixar bonito e digno pra tua cerimoniosidade.
pra você vir mais uma vez -
violentando meu caos com o teu carinho, rasgando meu orgulho devagarzinho, arrogante e lindo, fazendo eu me enrolar em renda e sutileza, ajoelhada e rindo da tua piada, me perdendo de tanto que eu te amo.
e não está ficando claro.
todo o meu corpo contrastante e intenso agora dissolvido nos teus trejeitos e pensamentos, e permanece sem volta se você ainda continua abrindo as asas e trancando a porta.
então não. não é pra ficar claro.
2 comentários:
É pra ficar seu. E dentro.
Estou impressionada como vc escreve bem, como cita ótimos autores e músicas incríveis. Especialmente The Cure. Parabéns!
Postar um comentário