sábado, 14 de janeiro de 2012

sobre o amor e a bandana.

(escrito na hiperatividade do existencialismo e de In Rainbows. há quem concorde ser só continuação. ou por aí.)


e eu vou te achar um título
enquanto eu reluto em ser merecedora e delicada e certa –
e eu te amo até quando é sábado e faz frio:
até quando minha boca está entreaberta e
adormeço pensando no xadrez da tua cueca –

eu vou me revirar de saudade e
sorrir pra reviver um orgasmo:
e eu vou te lamber até ver espasmos –

e perdoar tuas maneiras,
perdoar minha sujeira,
fingir besteira e
vestir resiliência:

te achar um título pra esconder meu desejo,
engolir meu receio –
tua marca no meu seio
e te amar até o recheio.

mastigar tua alma pra temer teu afeto,
observar tua calma pra colher desespero quieto.

te achar um título e
ignorar imprudência
porque eu te amo,
e eu reclamo e
mesmo assim te chamo.
e apanho.
e me viro e
lembro de desculpa,
das putas e
da conduta:

não era disputa mas eu fingi ser.
eu fingi ser neutra só pra te aprender –

2 comentários:

Marcelo R. Rezende disse...

A gente se submete, minha cara, a gente sempre se submete - mesmo tendo na ponta da língua aquele discurso "sou mais eu".

Brunno Lopez disse...

Voraz. Enérgica porém detalhista, romântica em tons de cinza.
A estrutura não-linear dessa narrativa tem um ritmo próprio.

Lemos pela velocidade dos seus dedos e os personagens são ávidos pelo desfecho. Ela é sincera, ele é um pouco relapso, talvez...

Rimas impactantes, necessárias para amarrar o enredo em nossos olhos.

Vital.