(escrito na hiperatividade do existencialismo e de In Rainbows. há quem concorde ser só continuação. ou por aí.)
e eu vou te achar um título
enquanto eu reluto em ser merecedora e delicada e certa –
e eu te amo até quando é sábado e faz frio:
até quando minha boca está entreaberta e
adormeço pensando no xadrez da tua cueca –
eu vou me revirar de saudade e
sorrir pra reviver um orgasmo:
e eu vou te lamber até ver espasmos –
e perdoar tuas maneiras,
perdoar minha sujeira,
fingir besteira e
vestir resiliência:
te achar um título pra esconder meu desejo,
engolir meu receio –
tua marca no meu seio
e te amar até o recheio.
mastigar tua alma pra temer teu afeto,
observar tua calma pra colher desespero quieto.
te achar um título e
ignorar imprudência
porque eu te amo,
e eu reclamo e
mesmo assim te chamo.
e apanho.
e me viro e
lembro de desculpa,
das putas e
da conduta:
não era disputa mas eu fingi ser.
eu fingi ser neutra só pra te aprender –
2 comentários:
A gente se submete, minha cara, a gente sempre se submete - mesmo tendo na ponta da língua aquele discurso "sou mais eu".
Voraz. Enérgica porém detalhista, romântica em tons de cinza.
A estrutura não-linear dessa narrativa tem um ritmo próprio.
Lemos pela velocidade dos seus dedos e os personagens são ávidos pelo desfecho. Ela é sincera, ele é um pouco relapso, talvez...
Rimas impactantes, necessárias para amarrar o enredo em nossos olhos.
Vital.
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