(escrito em 11 de dezembro, quando ainda era difícil de respirar.)
vamos falar sobre canalhice – egoísmo com quem você ama não presta: não só sob os olhares padrões monogâmicos ocidentais, mas pro dia seguinte que você sabe que de qualquer jeito chega.
vamos falar sobre finalmente dormir enquanto ouve-se história sobre lobos: que esse amor não seja mais um que doa – e amor errado, eu nunca escondi de ninguém, eu amo torto, eu amo desequilibrado e orgulhoso: só vê que essa história de machucar e não ser a machucada é nova pra mim. então depois de ter ouvido e lido só pra você, veja assim público: me desculpa. e veja bem que se fosse antes eu até me orgulharia assim de fazer outro sofrer, mas o problema é que eu te amo. o problema é que eu te amo demais, então não me culpa por sentir esse buraco no meio do peito.
portanto, vamos falar sobre amor. vamos falar da bagunça do meu coração e as atitudes às vezes egoístas que eu tomo pra tentar organizar tudo – e agora eu volto a repetir aqui: eu nunca fui perfeita, então se for pra me querer, me queira inteira. me queira com toda a minha bagunça e erros e falhas e buracos e abismos e defeitos. e não tão exatamente límpida agora, eu ainda assim te amo inteiro e humano: eu vou te querer no sol, na chuva, na praça, em casa, perdido ou presunçoso – você ainda não teve minhas lágrimas mas agora dobrou todo o meu orgulho.
então vamos falar de mim. vamos falar da minha falta de orgulho e de paz, desconstruindo o egoísmo toda noite contigo enquanto todos os poros do meu corpo clamam por você aqui comigo – veja bem, eu posso muito bem ser fria e egocêntrica e vadia mas agora você já me ensinou a tirar as roupas, a esquentar a pele e te amar assim crua e desarmada, então não me culpa por simplesmente me encolher em frangalhos toda vez que eu ouço a tua voz sem rumo.
3 comentários:
Absurdamente lindo, quente e verdadeiro. Senti a dor, o amor e a verdade do sentimento, do egoísmo sendo desconstruído.
Parabéns, Verônica.
Beijo.
realmente, deu pra sentir. se dia 11 era difícil respirar, hoje fica difícil pra quem lê...
E você sempre arrasando...
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