sexta-feira, 20 de maio de 2011

"through curvatures and metaphors and doom."

o caos que me engoliu sorveu com qualquer coisa que se humilhava: coma-a bem e me deixe em paz.

um nada. um nada quieto que aprende desprezo – que ama e apanha sem dó, indiferente. fim da semana do 16 – ex-futuros 7. não importa muito agora, tempos difíceis são esses pra quem precisa de alguém para sorrir; tom de superioridade mofada, reconhecia o amor de longe, eu te oferecia tremor aos montes, não tente me substituir, li teu passado, virei teu desagrado, beijei teus estragos: não ouse se livrar de mim com apenas uma borracha e um par de seios com olhos claros e cérebro protótipo positivista. mas claro, não entremos em detalhes – vire o rosto e finja que me viu: atrevida, barata e eternamente indiscutível, meu bem.

afinal, eu recebo sentimento vazio com o conforto de quem já sentiu de tudo, veja bem.



i've been watching all the neon lassos flickering
you look as if you have forgotten where you've been 
(...) 
library pictures of the quickening canoe 
the first of its kind to get to the moon
give me an eenie meenie miney mo
of an 'ip-dip dogshit rock and roll. ♪

3 comentários:

Isabela Costa disse...

Só de ver no título um trecho de Library Pictures eu já me animei com o teu texto! E,com certeza, não me decepcionei.
As tuas metáforas sempre, sempre mesmo, me encantam!
E sem querer ser exagerada, mas eu facilmente enxergo todo esse teu texto em forma de alguma música do Alex Turner!
:)

. disse...

''reconhecia o amor de longe, eu te oferecia tremor aos montes, não tente me substituir, li teu passado, virei teu desagrado, beijei teus estragos: não ouse se livrar de mim com apenas uma borracha e um par de seios com olhos claros e cérebro protótipo positivista.''

lendo isso ao som de Wild Child da Enya, a revolta que tem dentro de mim mescla na duçura da canção e na hostilidade das palavras, se eu fosse dizer algo para Bernard hoje, com certeza seria esse trecho. Pois ele definia tão bem o que se passa aqui como nenhum outro.
Obrigada mesmo, porque INEXPLICÁVELMENTE seus textos coincidem muito com a situação de que vivo.
Você é indescrítivel!

Marcelo R. Rezende disse...

Um amor, quando é dado de volta vazio, sem se encher como a um balão, não é amor, é maltrato, é displicência com quem te quer tão bem. Acho não só sacanagem, é falta de honrar as bolas (desculpe o termo). Sério!

Beijo.
Em você.