"um estrago, meia sujeira, três ressacas, e quantos anos se passaram mesmo ?"
quando aquela praça com bancos molhados da chuva não se mostra tão relevante agora, uma sutileza gelada pontua meus dias indiferentemente eufóricos; depois de racionalizar, aquele conflito não aflige mais. aquele docinho não existe mais.
um número esquecido e a saudade da saudade. somente.
não que eu lamente, não que eu me arrependa; só um certo desconforto que me toma quando aquelas canções não me trazem a pontada na alma de outrora.
só um certo susto que me vem quando percebo que até aquelas lembranças com dias brancos, até elas foram manchadas pela mentira.
"me desculpe; conseguiste realmente só se tornar o ser inumano que vaga por minhas recordações. e nada mais."
um mês vestiu-se de anos e minhas olheiras assumem um caráter mais senil. mais hostil. mais estéril.
só preciso aprender a ter cuidado com o que eu desejo. às vezes, mas só às vezes, acontece.
uma podridão meio adiantada anda tomando conta de minhas entranhas.
"adeus."
3 comentários:
Não acredito em podridão, acredito em verdade e se nossa verdade é podre, é porque ela tem de ser assim, e que sejamos felizes por isso, sem dores e amarguras, só sorrisos.
Beijo.
Assusta mesmo.
Eu vivo me assustando quando aquele que era amor hoje dá vontade de estrangulamento.
E maior susto quando percebo que mesmo em estrangulamento eu continuo amando.
depois de muito tempo de uma dor irritante, vem a descrença. é assim mesmo
Postar um comentário