quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

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"um estrago, meia sujeira, três ressacas, e quantos anos se passaram mesmo ?"

quando aquela praça com bancos molhados da chuva não se mostra tão relevante agora, uma sutileza gelada pontua meus dias indiferentemente eufóricos; depois de racionalizar, aquele conflito não aflige mais. aquele docinho não existe mais.
um número esquecido e a saudade da saudade. somente.
não que eu lamente, não que eu me arrependa; só um certo desconforto que me toma quando aquelas canções não me trazem a pontada na alma de outrora.
só um certo susto que me vem quando percebo que até aquelas lembranças com dias brancos, até elas foram manchadas pela mentira.

"me desculpe; conseguiste realmente só se tornar o ser inumano que vaga por minhas recordações. e nada mais."

um mês vestiu-se de anos e minhas olheiras assumem um caráter mais senil. mais hostil. mais estéril.


só preciso aprender a ter cuidado com o que eu desejo. às vezes, mas só às vezes, acontece.
uma podridão meio adiantada anda tomando conta de minhas entranhas.

"adeus."


3 comentários:

Marcelo R. Rezende disse...

Não acredito em podridão, acredito em verdade e se nossa verdade é podre, é porque ela tem de ser assim, e que sejamos felizes por isso, sem dores e amarguras, só sorrisos.

Beijo.

Fil. disse...

Assusta mesmo.
Eu vivo me assustando quando aquele que era amor hoje dá vontade de estrangulamento.
E maior susto quando percebo que mesmo em estrangulamento eu continuo amando.

Mariana Cotrim disse...

depois de muito tempo de uma dor irritante, vem a descrença. é assim mesmo