sábado, 29 de janeiro de 2011

fim de ressaca de você.

ultimamente ando extremista feio o chuveiro aqui de casa; ou é gelado ou é pelando.
numa hora você me dói tanto, que te quero distante assim mesmo; noutra, sinto tanto frio que só consigo desejar ardentemente que tua auto-suficiência venha me cuidar novamente.

e voltando a esta peregrinação de trocar o dia pela noite, levantando às quatro da tarde e não me atrevendo a deitar antes das cinco da manhã, mamãe preocupada pensa não ser saudável levar a vida deste jeito, perdendo os dias lindos que anda se fazendo e comendo pouco assim, ah! isto é depressão, filhinha!
concordemos. toda esta ressaca interminável de você não faria bem a ninguém, só mesmo se curando com vida temporariamente boêmia e baldes de café, por favor.

mas tua carta ainda permanece na gaveta no meio daquele livro cheio de ministérios do amor e grandes irmãos, com 4 folhas e 3054597257 dúvidas, não enviada não por falta de endereço mas por falta de necessidade; não preciso mais tanto assim de ti, minhas ternuras se mantém muito bem, obrigada, trancadas num quarto onde ninguém entra.
é, mas ainda te dedico meus parágrafos, me referindo ao Dr. Egoísta Arrogante sempre por você e jamais deixando de visitar suas nerdices tão descabidas que chegam a ser charmosas, é, tens razão; talvez tua menininha de Londres ainda não deixou de te cuidar de longe, de guardar teu sono se preocupando se tens se alimentado direito e vivido bem. ainda.

mamãe no primeiro dia de aula costumava dizer, "e minha filha, se um menino te incomodar, te tirar do sério e depois sair correndo, corre atrás e bata nele, bata muito, não deixa barato não. não deixa nenhum moleque te fazer mal, minha filha", e na medida do possível vou cumprindo com o nosso combinado. vou sarando aos poucos minhas veias deste veneno que me aplicaste, rindo com as amigas aqui, pensando descompromissadamente num fulano qualquer ali, às vezes tendo uma recaída de olheirasmelancoliasaudadesolidãoemaiscafé, mas vivendo, lutando, aprendendo e superando, num gerúndio de gente humilde mesmo, que só segue em frente quando leva essas bordoadas da vida, mantendo sempre um sorriso alegre no rosto mesmo nos dias doídos, sem nunca ter a real consciência, enfim, da força que adquire assim.

e eu tenho força, viu ? sou pequenininha, a última da fila, mas sou forte, tá ? mamãe diz que se me chatear é pra eu bater e eu bato mesmo, tá me ouvindo ? não vou mais deixar nenhum moleque bobo feito você me entristecer, e não vou pedir ajuda pra ninguém não, já enfrentei injeção na bunda e prova cabeluda de matemática, e tudo sozinha e sem chorar, tá ? sei muito bem me cuidar sozinha. então cuidado comigo! humpf.

5 comentários:

Rart og Grotesk disse...

isso ae! tem que saber se cuidar sozinha e ser forte!

bom fim de semana!bjos!

http://artegrotesca.blogspot.com

Mailson Furtado disse...

Belo post!

Belo blog!

Gostei muito daqui! Parabéns, voltarei mais vezes...

Convidaria vc a conhecer meu trabalho (poesia, música, teatro)

Ficaria feliz demais!
http://mailsonfurtado.com

Mariana Cotrim disse...

o chuveiro aqui de casa também é assim. todo mundo tem essa fase extremista mesmo ;~~~~~~
o bom é que no meio disso tudo a gente descobre que é forte, né.

Anônimo disse...

Olá !
Gostei do seu blog.
Pode seguir o meu ?
http://xxx-memories-xxx.blogspot.com/
Ficarei feliz em ver você lá no meu cantinho.

Beijoos <3 !

Fil. disse...

O leitura é atraente, gosto do modo como escreve.

E encontrei no contexto, o meu "eu rotineiro".