terça-feira, 25 de janeiro de 2011

crystal ball.

cantarolei uma canção póstuma e procurei-o em 414 páginas; o quis como nenhum outro e meus cachos se riem insatisfeitos.

você vira ninguém e ele é outro.

desumanidade, sou humana demais, intensa demais. nem meio olho tenta mais me desvendar e agora me pergunto se causei algum tipo de sentimento antes.
então é como se eu nem tivesse existido ?

indiferenças à parte, andei conversando demais com as paredes enquanto milhares de costas sem donos se viraram, enquanto trouxeram este rebuliço conflitante e indeciso.

na insônia doentia que baldes de café causam, procurei desculpas em 414 páginas; e que se mostraram simplesmente inexistentes, de algum modo. comecei, enfim, a ter medo do cheio e me aconchegar num vazio iludido.




e esta saudade trancafiada aqui dentro. não. não me faz bem. não te faz bem. só envenena. me envenena. te envenena. te envenena de dentro de mim. te arranca. te arranca, te afasta de dentro de mim. te acaba de mim. não te sinto mais. não há mais consolos, não há mais euforia fora de hora; deixando o olhar se empoeirar, o coração se apaziguar, o gênio se amenizar. 
finalmente.

4 comentários:

Fil. disse...

Venho lendo tuas postagens e te seguindo... Pra entender.

Mas, assim como você escreve com o corpo, eu caí na real de te sentir com o corpo também.

Leitura gostosa e atormentada.
Adorei ^^

Marcelo R. Rezende disse...

Fique confuso e adoro isso.
Seus textos são uma delícia e valem mais do que 414 páginas; 20 linhas e a gente baba.

Rart og Grotesk disse...

vc realmente escreve muito bem!gostei bastante! vou te seguir, ok?
se quiser, acesse meu blog http://artegrotesca.blogspot.com

Mariana Cotrim disse...

essa coisa de cheio e vazio é foda.
me identifiquei, veronica ;~ brilhante como sempre