quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

volta.

tu me conta das duas páginas do livro do neil gaiman enquanto eu separo minhas faturas do cartão de crédito, e fala de fantasia, criança, animação japonesa, mas ah meu amor, andei afastada demais dos parágrafos, afundada nessa rotina, estresse, caos, preocupações, dinheiro, chuva, ônibus, trânsito, preconceitos, machismo, hipocrisias, vazio e vazio e vazio e vazio, ando vazia demais esperando minha vida tomar jeito, só esperando que eu tenha acertado o que queria lênin e stalin ou o que que a inglaterra tinha com a guerra do paraguai, vazia, insatisfeita, frustrada, amigos internados, pais afastados, sedenta de você enquanto essa semana se arrasta, meus parágrafos vazios de tudo, reaprendendo a escrever porque fiquei (su)focada demais nessas coisas práticas, adultas, idiotas, e tem esse oceano de lágrima entalado no meu peito, tímido, nem sabe mais como vir à tona, nem sei mais como vir à tona, me encontrando só quando te encontro, e afinal, nós dois longe dessa gente, longe dessa vida agourenta e idiota, mil vezes idiota, quero você com as tuas botas e teus olhos preguiçosos, quero nós dois, só nós dois, me leva pra atrás da tua gola que eu te levo calma e flores todo dia -

quero sossego, quero fugir dessa consciência demais de tudo, quero voltar a escrever, quero morar contigo amanhã - quero paz, só paz.

quis os tormentos da minha existência de volta e ganhei.

a esperança é a última que morre.

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