terça-feira, 29 de março de 2011

de fevereiro pra cá.

e não se sabe mais o que é velho e o que é alcoólico, minha overdose de nostalgia afoga e submerge, minhas unhas estão compridas mas minhas dentadas ainda se mantém agressivas, agora que o tempo oficialmente passou e meus pés tem calos da noite passada só explode sentimento tranqüilo, paradoxos como sempre regando minha pele, talvez eu não ande mais tão protegida assim, não são só minhas roupas que estão acumuladas e bagunçadas pelo chão do quarto, já é segunda e eu não sei que rumo dar ao meu medo. e fôlego anda me faltando. e romance anda me irritando. e frio anda me dominando. e sei lá eu sobre o que mudou, as rugas, as peruas, os efeitos, as regras que não mais me endireitam, vi qualquer carro passar e lembrei da maçã, das noites, da saudade, das aflições que sem pedir ou autorizar foram embora e não vão voltar, da porra do coração batendo forte que enfraqueceu e se transformou nessa mão que treme segurando o lápis e que inevitavelmente lembra do vivido e depois da sétima cerveja eu já nem me surpreendo mais, foram só as luzes da cidade que nos chamaram pra dança, pro samba, pro tango, pro rock enlouquecido que sai de dentro do corpo e ressoa selvagem nesses sorrisos ensaiados. e não que houvesse muito drama. foi só meu requebrado que se soltou e meu amor que desceu até o chão, talvez até se esquecendo por lá. inevitavelmente.

4 comentários:

. disse...

''minha overdose de nostalgia afoga e submerge''

Veronica, hoje nenhum texto conseguiria me descrever como esse. Os paradoxos talvez componham meu nome, e a saudade, queima dentro de mi mcomo um fogo, lateja como uma mão que treme.
eu nem sei o que falar, as palavras me fugiram .. mas espero que voltem.
Me desvendaste, obrigada sempre.

BelMendes disse...

texto incrível é de fevereiro para cá vem sendo assim também minha vida, tendo que conviver com a saudade parabéns pelo blog

se quiser comentar seguir:
http://saiadeflorbm.blogspot.com

Fil. disse...

Isso foi um corrida, essa leitura foi uma vida. de fevereiro pra cá tudo.
Foi bem assim e não deu tempo de ser outro, não deu tempo nem de tomar fôlego. amém [e retomemos o oratório porque tem todo o resto do ano-vida-jornada]

Mariana Cotrim disse...

de fevereiro pra cá, tanta merda que a gente faz, tanta coisa boa que a gente lembra, tanta coisa pra se arrepender.........